Prezados amigos leitores,
Houve uma remota época em que as comunicações e as ferramentas utilizadas para esse fim era extremamente prazerosas de serem praticadas e nos davam uma certa alegria de como existiam pessoas/perfis que sabiam inteligentemente como usá-las a seu favor. Eram métodos elegantes, garbosos ensaios com conteúdo e enxurradas atualizações com boas horas de entretenimento. Porém isso morreu. Hoje algumas redes sociais mais parecem um coliseu onde apenas se esperam as pobres vítimas serem dizimadas pelos leões com fome, pela rotulação de ações que às vezes nem precisam de uma lupa para se enxergar de tão ínfimas, mas mesmo assim aplicam tal lupa ou simplesmente e apenas pelo ódio gratuito destilado. Com isso o meu parecer é de que quanto menos se tem, mais se está em paz.
Com isso comunico que a partir de hoje, dia 05 de outubro de 2020, o Bodega Literária estará desativando a sua conta no Twitter, criada em 2014, e não mais passará a interagir em tal rede social. A decisão foi tomada como medida de melhor filtragem de conteúdo para o Bodega, assim como também de afunilar a priorização da melhoria de criação de conteúdo. Com isso, o canal apenas irá passar a contar com o seu canal no YouTube, a sua página no Instagram e seu blog no mundo web. Agradeço a compreensão, dou um abraço naqueles que chegaram até aqui e leram esse post, que me acompanham de certa forma com carinho e os desejo uma boa leitura.

Houve um tempo em que eu me senti vazio. Não havia mais a felicidade em sentir os dedos a deslizarem sobre as páginas amarelas de um livro, não havia mais o cheiro de afago no nariz numa mistura de novo e, às vezes, da velha poeira das aventuras, e pior de tudo, não havia mais o sentimento de estar acompanhado. Só o que me restou foi a solidão e o árduo trabalho dos dias. Por quase ou mais de um ano eu pude sentir o meu cérebro definhar, pude sentir a massa cinzenta ser comprimida entre o desejo pelas realizações insólitas e o escapamento pelo desejo de se aventurar no impossível. Porém algo me chamava, eu sentia toda vez que meus dedos circulavam pelas velhas lombadas, pelas capas impressas e pelos meus sonhos imprevistos da sagacidade pelo novo. Impossível é desprender-se de um vício, ainda mais quando esse vício é a busca pelo conhecimento, pelo novo, pela liberdade, a liberdade proporcionada pelo poder mágico das palavras. 

Em 2014 eu criei esse espaço pela necessidade da comunicação e do compartilhamento das minhas ideias sobre literatura. Era aqui, nesse espaço feito sob as minhas medidas, que eu me sentia livre (coisa que não conseguia na vida real), um sentimento de liberdade que era avassalador, pois cá estava eu a falar sobre o que mais gostava: os livros. Muita coisa aconteceu durante todo esse tempo, muitas pessoas passaram e tentaram se agrupar nesse meu mundinho, mas fica difícil reunir discípulos quando quaisquer deles não entendem o enfraquecimento da distância e o entorpecimento da vida a bater na porta. Muitos projetos também já foram levantados, alguns com bons resultados, outros nem tanto, mas sempre com o intuito de levar a literatura e o prazer da leitura para aqueles que a procuravam. No final cá estava eu, sempre a cogitar novas ideias, sempre a tentar fervilhar a cabeça no intuito de criar, pois sempre tive em mente que a ideia de criar era o pontapé para se ganhar o mundo. E foi então nesse processo de me tornar um leitor assíduo que conheci o lado mais forte que os livros me proporcionaram: a forma de enfrentar o mundo e suas tormentas através da leitura. 

O que quero deixar aqui claro é a minha paixão pelos livros, é a vontade em levar isso ao mundo, é a minha insistente maneira de tratar a literatura como algo primordial e essencial para a humanidade. Quero também mostrar que o Bodega Literária está voltando com novos ares, mas sempre com o velho pensamento de que aqui é o meu lugar e sempre foi, que aqui não tenho solidão e de que os livros sempre serão a melhor forma de iluminar o caminho no qual tenho que percorrer em minha jornada. 

Então até os nossos próximos encontros e que isso se torne um trampolim para algo grande, enorme e maravilhoso que está por vir. 

Rodolfo Vilar

27 de Outubro de 2019

O Ano de 2018 foi o melhor de todos no quesito leitura para o Bodega Literária, inclusive quando descobri, lá no início do ano, que seriamos parceiros da grandessíssima  Companhia das Letras. Conseguir essa parceria não foi um luxo como muitos pensam (Ah, agora eu terei livro de graça para ler!), muito pelo contrário, mas sim uma grande responsabilidade para esse blog, assim como também para o veículo que o Bodega Literária se transformou, um importante portal de disseminação da literatura no Brasil e principalmente no meu país Alagoas - Haha! 

Fiquei muitíssimo grato com o reconhecimento que a editora nos teve, já que foram muitos anos (desde 2014) fazendo com que o Bodega Literária seja um grande grupo que tenha como incentivo principal a leitura como papel de revolucionador no individuo. Então deixo aqui meus agradecimentos mais sinceros a editora! Meu muito obrigado pelos meses de parceria nos mostrando grandes títulos, grandes autores e o mais importante, mostrando que o livro sempre será a grande arma no combate a ignorância no cenário em que vivemos. Obrigado Companhia das Letras! Foi um ótimo 2018! Espero que possamos nos encontrar novamente em 2019. 

Abaixo você confere todos os livros resenhados e apresentados aqui no Bodega Literária: 

 Léxico Familiar - Natália Ginzburg
​História do Olho - George Bataille 
Olive Kitteridge - Elizabeth Strout 
A Assombração da casa da Colina - Shirley Jackson
​Da Prosa - Hilda Hilst
​Mac e seu contratempo - Enrique Vila Matas
Contos Completos - Caio Fernando Abreu 
Dostoiévisk: Um escritor em seu tempo - Joseph Frank
A Revolução dos Bichos - George Orell (Adaptado e ilustrado por Odyr)
Dublinenses - James Joyce
O Eleito - Thomas Mann

Por Rodolfo Vilar