Tendo em seu currículo filmes como Juno (2008) e Jovens Adultos (2011), o diretor Jason Reitman traz uma adaptação do livro Men,Women & Children , do escritor Chad Kultgen, para o cinema. Retratando a influências da internet na qual os personagens se conectam uns aos outros, Homens, Mulheres & Filhos (2014) é um excelente filme juvenil com ar educativo, mas cheio de sub-tramas mal aproveitadas. Diferentemente do livro – onde são apresentados tramas com desenvolvimento mais ou menos iguais – o filme busca na imagem de Tim Mooney (Ansel Elgort) o protagonista aparentemente ideal para o desenvolvimento de um roteiro mais linear, deixando um pouco de lado personagens que trazem consigo situações que envolvem a anorexia, sexo na adolescência e aborto. Além disso, o filme reserva espaço para falar da individualidade humana, hipocrisia e traição. A vida de Tim não está muito boa. Depois de ver o casamento dos pais ser destruído, decidir sair do time de futebol onde tinha um futuro promissor, ele também opta por se isolar em seu quarto e começar a jogar World Of Warcraft, mas isso logo muda ao conhecer Brandy (Kaitlyn Dever), uma misteriosa garota que enfrenta outros dilemas da vida com a mãe radicalmente protetora interpretada pela Jennifer Garner. Para além desse romance existem outras situações acontecendo que são narradas ao longo do filme, destaque para a atuação de Adam Sandler que faz o típico pai americano em crise no casamento e que vê pornografia no computador do filho. Jason Reitman é reconhecido por retratar no cinema temas relacionados aos paradigmas sociais e dessa vez teve como referência um livro que consegue abordar assuntos de tão cabeludos que conseguem lhe constranger, mas que no filme são minimizados e dramatizados na profundidade de um pires. Porém, existem determinadas situações que dão o tom melancólico, revelando a vulnerabilidade emocional de alguns personagens como no caso do Adam Sandler. Homens, Mulheres & Filhos é um filme que traz a tona discussões pertinentes como a forma que as relações humanas vem se modificando com a invasão da tecnologia na vida social, transformando os indivíduos em seres solitários e com crises de identidade, mas peca pela superficialidade em alguns casos. Assista ao Trailer do filme logo abaixo: Você também pode assistir a um vídeo resenha sobre o livro do Chad Kultgen clicando aqui! Escrito por: Cezar Augusto é estudante do curso de Ciências Sociais pela universidade Federal de Alagoas (UFAL). Nas horas vagas adora ver filmes, montar playlists e escrever no blog meu sonho amarelo. Para o Bodega ele faz críticas sobre os filmes que mais gostou de ler, além de outros achismos do mundo pop cultural. Siga-o no twitter: @Cezarsezar Veja sua playlist de filmes e o siga no Filmow: @cezaesezar Conheça seu blog pessoal: Sonho amarelo
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Em Five Dances (2012) Ryan Steele tem a primeira oportunidade de atuar não só como bailarino, mas como ator. Ele é o jovem Chip que decidiu encarar o seu sonho, viver da dança. Porém, ele encara alguns dilemas em relação a sua própria vida. No filme ele contracena com mais cinco pessoas, uma delas é somente por telefone, trata-se de sua mãe. Chip tem uma relação difícil com sua família, com pais divorciados ele já morou com a mãe e mais recentemente com o pai (que só é mencionado no filme). Mas a mãe constantemente pede para ele voltar para casa devido a eventuais problemas financeiros, mas Chip resiste à ideia. Se de um lado Alan Brown queria apresentar um filme construído em cima de uma relação tímida entre Chip e Théo (Reed Luplau), o filme acaba tendo outro protagonista, a dança. Provavelmente pelas limitações do orçamento o filme tem poucos ambientes onde as cenas são rodadas, a academia é o ponto de encontro de tudo isso, é lá onde as vidas dos indivíduos fazem sentido e são contadas de maneira mais complementar. É lá onde se apaixonam, relacionam, brincam, dançam e fazem sexo. Mas talvez não tenha sido isso que atrapalhou o desenvolvimento do filme, as histórias são contatas aqui em conversas um tanto superficiais e breves, parece que as vidas das pessoas só existem e fazem sentido dentro daquele espaço, fora dela pouco se sabe. A dança é o conjunto que aparece mais nos filmes, são vários momentos onde ela se torna protagonista, embalada por um piano ou música indie. O relacionamento entre Chip e Théo é bem conturbado no inicio, isso porque chip ainda está se descobrindo, revelando sua vulnerabilidade emocional e um ar de inocência, mas Théo é um rapaz que respeita o espaço e não desiste fácil. Mas assim como outros personagens Théo é um rapaz oco, não sabemos quase nada (eu poderia até dizer nada!) sobre ele, problema que se repete com outros personagens como no caso de Katie, Cynthia (Kimmiye Corwin) e Antony (Luke Murphy) – esses dois últimos se envolvem rapidamente e vivem alguns conflitos. O melhor do filme são seus momentos finais, interrompido de forma inesperada percebemos o que de fato o filme queria mostrar. Os dramas de Chip somem literalmente quando ele assume o sentimento que sente pelo personagem do ator Reed Luplau, mas o que ficou, ao meu ver, foi a sensação de pouco profundidade da vida dos personagens (inclusive do próprio Chip) e o amor bastante frio, distante e pouco convincente dos dois garotos. Five Dances é um filme visualmente lindo, mas que peca pelo excesso de superficialidade e distanciamento dos personagens da vida real, mas que garante o entretenimento num fim de tarde nublado com pouca coisa para fazer. Assista ao trailer de Five Dances: Escrito por: Cezar Augusto é estudante do curso de Ciências Sociais pela universidade Federal de Alagoas (UFAL). Nas horas vagas adora ver filmes, montar playlists e escrever no blog meu sonho amarelo. Para o Bodega ele faz críticas sobre os filmes que mais gostou de ler, além de outros achismos do mundo pop cultural. Siga-o no twitter: @Cezarsezar Veja sua playlist de filmes e o siga no Filmow: @cezaesezar Conheça seu blog pessoal: Sonho amarelo Conhecido por sua irreverência e extravagância em suas direções Bruce La Bruce apresenta um filme sensível, interessante e que traz um tema bastante importante. Pesquisando mais sobre a palavra Gerontofilia, descubro que ela é um tipo de comportamento social de pessoas que sentem atração sexual por outras muito velhas, e é esse o pilar central do filme, que não se preocupa em aprofundar o tema de forma mais esclarecedora. Lake, interpretado por Pier-Gabriel Lajoie, é um jovem que vive cheio de indecisões, ele namora Desiree (Katie Boland), uma jovem garota que lista figuras feministas que a inspire ser revolucionária. A mãe dele vive desequilíbrios emocionais e problemas alcoólicos, sempre se encantando por homens que não a valorizam (ou ajudam). É neste cenário que Lake busca forças e animo pra encarar o mundo em que vive. Logo, logo surge a oportunidade de trabalho dentro de um asilo, que acaba despertando um desejo pouco peculiar, a atração por pessoas mais velhas. Dentro desse asilo ele conhece o Sr. Peabody, interpretado por Walter Borden, de 80 anos, abandonado pelo filho e assumidamente homossexual. A vida deste senhor fica sujeita a própria degradação ao ambiente hostil, pouco social e cheio de restrições – é nesse contexto que o filme ganha um teor mais dramático, quando Lake passa a exercer sua função de cuidador. Lake não aparenta nenhum problema, seja de crise de identidade ou sexual quando se aproxima de idosos, principalmente quando chega mais perto do Sr. Peabody. Seu afeto fica completamente evidente no momento em que decide realizar o sonho do seu grande amigo de ver o mar. Ele sequestra o idoso da clinica e os dois caem na estrada com destino ao oceano mais próximo. Se de um lado o filme apresenta um tema polêmico que até então eu não vi no cinema, a relação com os dois é tratada de forma muito reciproca, Lake, com o desenvolvimento do próprio personagem, é um menino que está cada vez mais certo do que está fazendo, sem cair em situações de insegurança pelo seu próprio comportamento. Por isso, Gerontophilia (2013) não está preocupado em retratar um tema de forma didática, é um filme que instiga a interpretar o comportamento de Lake, mas nele está estabelecido apenas o relato de um amor pouco convencional, mas vivido de maneira intensa do inicio ao fim. Logo abaixo você confere o trailer do filme: Escrito por: Cezar Augusto é estudante do curso de Ciências Sociais pela universidade Federal de Alagoas (UFAL). Nas horas vagas adora ver filmes, montar playlists e escrever no blog meu sonho amarelo. Para o Bodega ele faz críticas sobre os filmes que mais gostou de ler, além de outros achismos do mundo pop cultural. Siga-o no twitter: @Cezarsezar Veja sua playlist de filmes e o siga no Filmow: @cezaesezar Conheça seu blog pessoal: Sonho amarelo SENTA AQUI E VAMOS CONVERSAR SOBRE LITERATURA!AQUI VOCÊ ENCONTRA DEBATES, CURIOSIDADES, POSTS ESPECIAIS E MUITA COISA RELACIONADA AO MUNDO DA LITERATURA. CONFIRA ABAIXO AS CATEGORIAS JÁ COMENTADAS AQUI NO BODEGA. TAGS
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October 2020
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