Após ter divulgado a lista com todos os livros lidos em 2015 (que você pode conferir aqui), pensei em refinar todos aqueles livros e mostrar para vocês apenas os que, na minha opinião, foram as melhores leituras feitas durante todo o ano. Dentro daquela lista existem livros que foram escolhidos por vontade própria (com vontade real de ler), livros de indicação de amigos, livros de parceiros (publieditorial) e os chatinhos, esses que li realmente para poder comprovar se era chatos (e são). Acho que todo leitor passa por isso, por esse volume imenso de livros lidos, onde no qual, restam poucos que realmente se tornam leituras prazerosas. Mas vale ressaltar que toda leitura, de qualquer livro que seja, é uma leitura proveitosa, uma que vez que se o livro é bom, você terá um momento prazeroso de leitura, e se o livro é ruim, também se aproveita do momento para aprender a categorizar as leituras que são essenciais dentro do seu gosto literário. Em resumo, toda leitura é válida. 

             Com isso, segue abaixo o meu top 14 de melhores livros em 2015. Vale ressaltar que meu conceito de "Melhor leitura" é baseada naquele livro que mais me chamou a atenção no momento da leitura; que o enredo do livro é fabuloso de alguma forma; que o livro em si acrescentou algo à minha maneira de pensar sobre a vida; ou de um autor que realmente me impressionou. Com isso, apresentemos os títulos: 

Obs: Os livros estão em ordem de leitura.

Em Pequena Abelha conhecemos a história de duas mulheres totalmente diferentes que se cruzam de uma maneira fabulosa e totalmente triste. De um lado conhecemos uma dona de casa particularmente normal e do outro uma garota que tenta fugir do seu país para conseguir sua liberdade. É um livro triste, penoso e cheio de lições de moral em todos os sentidos. Para os que choram fácil, recomendo a caixinha de lenços, uma vez que você não conseguirá largar esse livro até conseguir descobrir o destino da Pequena Abelha. Quem me recomendou esse livro me alertou de antemão do tema tocado e o quanto eu aprenderia com ele. Resumindo: Você não será a mesma pessoa depois dessa leitura. (Confira a resenha do livro).

Em O Mar de Banville, somos convidados a embarcar dentro das lembranças totalmente poéticas de Max Morden provocadas pela visita à The Cedars, a casa de veraneio em que passou sua infância, adolescência e quem sabe até a fase adulto. Dentro dessa obra que mistura prosa e fluxos de pensamento, não conseguimos não nos afogar no sentimentalismo em que o autor constrói toda sua narrativa. Com isso conhecemos um obra sensorial que nos leva a conhecer mais a fundo sobre as experiências da vida e suas reflexões. Sem falar sobre o mar, que assume papel múltiplo e opera como um personagem: é tanto o condutor da narrativa líquida e aparentemente informe, como também é o receptáculo daquelas presenças, e as reúne numa espécie de momento mágico que se estende da juventude à velhice, quando a agitação da vida cede a uma solidão de encontro com fantasmas.(Confira a resenha).

Ardil-22 foi, na minha opinião, uma das primeiras leituras de 2015 que mais gostei de ter feito no quesito "livros-para-rir-e-se-sentir-culpado-por-isso". Não canso de dizer em todas as resenhas e posts que fiz, que o Joseph Heller é aquele tipo de autor que te vai fazer sim rir, mas que você se sentirá tremendamente culpado por isso. Em Ardil-22 (ou Catch-22) conhecemos o jovem soldado John Yossarian que tem um único objetivo: voltar para casa com vida. E para que isso aconteça, só resta uma solução: Ser atestado como incapaz de servir ao exército. Entre cenas hilárias e críticas avassaladoras, Joseph Heller provoca o leitor ao nos apresentar o jovem Yossarian e seu duvidoso orgulho pela pátria que serve. Com isso, o autor também nos apresenta os horrores da guerra, as consequências do capitalismo e até os próprios monstros dentro de cada um.
(Confira a resenha). 

Mais um livro sobre lição de vida, só que dessa vez esse livro é para chorar de verdade. Em Para sempre Alice, entramos dentro da história de vida de uma mulher com 50 anos, psicóloga bem sucedida, feliz com sua família e que aos poucos vai se descobrindo com alzheimer. Aos poucos Alice vai esquecendo nomes, lugares e eventos que deveria participar e só percebe que isso não é algo comum quando se dá conta que por esses mistérios, também está se perdendo de sua família. Nesse livro Lisa Genova vai lindamente nos mostrar como é a vida de um portador da doença de Alzheimer e como é possível lutar para não ser esquecida. Uma estória cheia de possibilidades, sentimentalismo e um final que é impossível não derramar algumas lágrimas compulsivas. Ai está mais uma indicação de livro com conteúdo. (Confira a resenha). 

Olha, ler o Graça Infinita foi um desafio e tanto. Tão grande foi o desempenho de leitura desse livro maravilhoso que até rolou um diário de leitura aqui pelo blog do Bodega chamado "Desafio Infinito" (e que você deve visitar caso também esteja lendo esse calhamaço). Graça Infinita não é um livro para os fracos, requer dedicação, observação e loucura, uma vez que o livro te vira o juízo do avesso. Nessa obra de mais de mil páginas, conhecemos o mundo de David Foster Wallace e a sua grande crítica ao entretenimento criado nos Estados Unidos. É impossível não rir com a família Incandenza, se sentir atraído pelo mundo viciante da casa de recuperação Ennet e todas as referências imaginárias que Wallace faz em seu livro considerado Magnum opus. (Confira a resenha)

Tem gente que odeia Clarice Lispector, eu já estou no grupo dos que amam essa mulher. Eu a admiro não somente pela sua capacidade linguística maravilhosa, mas também pela maneira como ela consegue entrar dentro da sua própria mente para criar personagens que na maioria das vezes, são reflexos de nós mesmos. E tudo isso se resume em A paixão segundo G.H. Dentro dessa obra esplêndida de Clarice somos convidados a entrar dentro da mente de G.H. que num dado momento de sua vida decide fazer uma faxina em sua casa, mas que essa decisão nos leva a uma viagem sem destino dentro de nosso próprio existencialismo, de nossos amores internos e quem sabe até, de nossos segredos mais ocultos. Conhecer as obras de Clarice requer amadurecimento e até mesmo admiração de certo ponto de vista. (Confira a resenha). 

Continuando o "Desafio King" que iniciei lá no meio de 2014 que propõe ler as principais obras de Stephen King (ou quem sabe todas) conheci o Sobre a escrita. Nesse livro Stephen King foge de sua fantasia e ficção e nos mostra com uma prosa deliciosa um relato sobre sua maior paixão: ESCREVER. Conhecer esse livro me fez não somente me apaixonar mais ainda pelo oficio do escritor, mas também ficar fissurado pelo poder que as palavras podem exercer se empregadas corretamente. Além disso o livro trás um pouco do cotidiano do autor, algumas de suas histórias curiosas como começou sua carreira e detalhes de manuscritos feitos pelo King e como ele os corrige até chegar ao produto final. leitura imperdível dos fãs de literatura. (Confira resenha).  

Conhecer Douglas Adams através do Guia do Mochileiro das galáxias foi um grande achado de 2015. É com sua escrita descontraída, seus personagens loucos e enredos sem noção que somos convidados a conhecer a mente brilhante de Adams e suas grandes críticas a nossa forma de viver em sociedade, nossos pensamentos políticos e quem sabe até nossa própria existência insignificante no universo. Não irei nem comentar sobre os volumes posteriores ao Guia. Quem gostou do primeiro engata logo de primeira nos seguintes e não consegue largar. E ah! Não tem como não se apaixonar pelo Martin. (Confira a resenha).

Em seguida mais um autor inglês, mais um dos achados de 2015 e também coisa das boas. Já parou para imaginar se a magia na Inglaterra fosse restabelecida? É o que ocorre em JS&MN. Susanna Clarke através de uma narrativa que mistura influências de Jane Austen e Dickens vai nos narrar os conflitos de dois grandes magos responsáveis por trazer de volta e aguentar os trancos da magia restabelecida por todo o país. Os conflitos da guerra, feminismo e muitos outros temas são tratados dentro da obra de Susanna que num calhamaço de quase mil páginas nos faz entrar e não querer sair dentro desse reino sombrio e desconhecido, um legado deixado pelo Rei Corvo. Quem gostou de Harry Potter não pode deixar de ler esse. (Confira resenha). 

Por ser um fã alucinado de Maysa, não poderia deixar de ler sua biografia. Essa obra escrita pelo jornalista Lira Neto consegue trazer à tona a Maysa mito, cantora, mãe, de personalidade forte e acima de tudo talentosíssima. Além de conhecermos a vida da cantora e todas as suas fases em vida, também é possível fazermos uma viagem pelo Brasil musical da década de 40 à 70 e todos os aspectos culturais relacionados ao mundo da música brasileira. Maysa foi uma mulher a sua frente que deixou um legado enorme em todos os aspectos, todos eles bem explorados pelo jornalista nessa obra bela que todo fã e apreciador de música deveria ler. (Confira a resenha). 

Mesclado entre biografia e narrativa poética e reflexiva, Karl Ove Knausgard vai nos contar sua história de vida nessa primeiro volume da série "Minha Luta". Com sua prosa parecida com Proust, Karl Ove começa sua história amarrada com o intrigado conhecer da morte, personagem essa que está pairando em todo o romance como um alerta para se pensar sobre a vida, os relacionamentos que criamos em vida e até mesmo a relação do "estar morto" com o "estar vivo" no sentido do lugar onde nos pertencemos. Ler A morte do pai foi uma experiência singular e emotiva que tornou uma de minhas melhores leituras desse ano já feitas, Quem lê o primeiro volume não quer sair da história e logo em seguida já prepara a fila para os dois próximos volumes já publicados no Brasil. (Confira Resenha).  

Com sua narrativa diferente, cheio de aspectos particulares de seus próprios personagens, Faulkner em seu romance O som e a fúria nos leva para o interior de uma cidade provinciana dos Estados Unidos à conhecer a família Compson e sua decadência perante à sociedade em que vive. Cheio de reviravoltas, O som e a fúria é um livro um tanto tátil e repleto de características que o tornam único no quesito experiência. Narrado através dos olhos de seus personagens entramos não somente na vida deles mas tmabém na sociedade do inicio do século XX em decadência, sociedade essa tão explorada (e tida como marca) na literatura de Faulkner. Requer um certo grau de dedicação, mas que ao final merece ser relido apenas pela sua representação na literatura mundial clássica. (confira resenha). 

Todo leitor que se preze precisa um dia na vida ler Os Miseráveis de Victor Hugo. Não somente pela importância do livro ser um clássico, mas também pela carga cultural que a obra carrega em si. Na sua obra-prima Victor Hugo nos mostra, usando como pano de fundo a Páris do século IX, a vida intrínseca de vários personagens miseráveis e suas lutas, íntimas ou não, em meio a sobrevivência do que a sociedade lhe impõe. Mesclando filosofia, poesia e história a leitura de Os Miseráveis é uma viagem sem precedentes dentro da alma do ser humano, essa tão carregada de suas próprias duvidas e seu papel em sociedade. Tenho certeza que após essa leitura você não será o mesmo leitor do inicio. (Confira resenha). 

Não é à toa que o Daniel Galera está sendo considerado um dos melhores autores contemporâneos desses últimos anos. Com sua narrativa que envolve as experiências de suas viagens e uma narrativa poderosa e cheia de excentricidades, seus livros são ótimas indicações para aquelas leituras nas férias. Dando jus a tudo isso, não poderia deixar de indicar o Barba Ensopada de Sangue, que nos conta a história de um protagonista sem nome que quer desvendar a misteriosa morte de seu avô ocorrida dentro da cidade de Garopaba no litoral catarinense. Dentro do romance Galera nos mostra que por trás de todo grande mito existe uma verdade incrustada de camadas de realismo e que essa busca pela verdade pode até mesmo nos transformar em uma lenda folclórica. (Confira Resenha).  

Por Rodolfo Vilar

            Começa a abertura. Takes de flash backs e música chata começa. Corta para o slogam e logo aparece o apresentador.

            Olá para cada! Não é que o ano acabou mesmo? Parece que foi ontem que ele apenas começou. Mas então, estamos em mais uma retrospectiva do Bodega Literária. E hoje neste post, falaremos sobre todos os livros lidos durante 2015, ou seja, todos os títulos que de certa maneira foram: Ótimos, grandes descobertas, indicações (péssimas ou) boas feitas pelos amigos, livros que foram uma grande perca de tempo (poderia estar me prostituin... ops) e claro, os livros que fizeram grandes mudanças. 

           Para essa retrospectiva eu decidi fazer uma pequena lista com todos os títulos ordenados em ordem de leitura. E mais, decidi classificá-los de acordo como foi essas leituras. Então quero deixar bem claro que todos as categorias foram feitas por este ser atemporal que escreve esse post e que por isso mesmo são pessoais e não devem ser julgadas de maneira precipitada. Logo abaixo da lista segue uma legenda com o significado das cores, o que significa também que essa categoria foi feita de acordo se achei o livro ótimo, bom, péssimo, terrível e etc. Para criar essas categorias eu decidi priorizar o meu momento de leitura, ou seja, se para eu o livro foi interessante, bem escrito, teve uma boa temática, acrescentou algo a minha vida, se gostei do autor. Em suma: se o todo me agradou ou não. Por isso, caso queiram queixar-se contra a minha classificação, deixem nos comentários seu argumento e utilizaremos o espaço como debate a favor da preferência ou não do seu título. 

       Dito isto, segue abaixo a lista dos 55 lidos lidos em 2015! 

       Só avisando que também rolará logo em seguida um post com as melhores obras como indicação para caso vocês decidam colocá-los na meta do próximo ano. Então fiquem ligados! Vocês também podem conferir as resenhas de todos os livros citados acima através da página do Bodega Literária chamada LIDOS DO BODEGA ou acessar o álbum do fotos da página oficial do Facebook para conferir todas as leituras que aconteceram (em cada foto haverá o link para a resenha). Então é isso! Foi muita coisa boa em 2015! Que o próximo ano seja melhor ainda e que traga só maravilhas. Feliz natal a todos e ótimas festas! 

Escrito por Rodolfo Vilar