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Escrito em 1990 por Michael Cunningham, autor do aclamado livro "As horas", Uma casa no fim do mundo é um romance narrado a quatro vozes, personagens essas que vivem a amada década de 60 e todo o seu furor dos ídolos de rock, os festivais de música e toda a evolução da urbanidade para a transição dos anos 80. O livro é um romance de marcação de tempo e de transição dos personagens, onde podemos acompanhar a ascensão do tempo e a descoberta da vida por dois jovens e duas mulheres adultas, um caleidoscópio de transição de perspectivas e experiências.
O livro é maravilhoso, assim como os personagens e as temáticas levantadas. Apesar do livro ser narrado em quatro vozes apenas notei a mudança de perspectiva de olhar, mas não a mudança na voz narrativa (ou seja, se os títulos dos capítulos não descrevessem qual personagem é o narrador, não seria possível notar a diferença). O romance realmente é um livro de formação onde podemos acompanhar o desenvolvimento de seus personagens (enquanto alguns procuram se inserir, outros tentam fugir do meio onde vivem). No mais, o livro é sobre a perspectiva do passar do tempo e suas consequências, onde dois jovens estão a se conhecer (seu cenário e suas escolhas). Por se tratar da década em que a história se passa, realmente ela fica datada de gírias e marcos históricos (o que me faz gostar é das grandes indicações de livros e músicas, amo os anos 60-80). Esse foi o primeiro livro que leio do Michael Cunninghan, o que me fez ter vontade de ler outras de suas obras (principalmente "As horas). Gostei da perspectiva de conhecer personagens que também passam por crises, conhecimentos e se tornam humanos a sua maneira, reflete um pouco com nossas próprias vidas. Sobre a relação "Jonathan e Bobby": nada mais que se trata de uma amizade criada a partir da oposição de suas condições de vida, o que os une em prol da estabilidade da temática principal do enredo - a concepção de laços, família. É interessante conhecer as vértices das relações entre os personagens. Enquanto Bobby parece ser o mais sonhador, esperançoso e despreocupado com a vida que leva ou levará, Jonathan é o oposto, vivendo sempre preocupado com o futuro que está a surgir, parando até mesmo de viver, amar, sonhar por medo ou sempre na expectativa do que a vida pode lhe reservar, o cegando completamente. Alice é a minha personagem favorita, já que ela é e será o ponto que mostrará a ligação das correlações na história. Clare é a figura desmotivada de irresponsabilidade, já que sempre possuiu uma vida boa. Só com o nascimento da filha é que ela irá entender esse significado.
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Não irei mentir dizendo que desde sempre fui um apreciador de Fernanda Montenegro. Também nunca fui de desmerecer a sua pessoa ou obra. Ponto. Como ela chegou até a mim? Estranho comentar sobre isso. De forma espaçada e graduativa sempre apreciei algumas de suas participações em filmes e novelas, sempre achei sua presença sempre destacada, forte e pávida e só com o tempo, suas aparições mais frequentes em polêmicas, lançamentos e seu posicionamento foi que me despertaram a curiosidade em querer conhecer a sua personalidade, sua pessoa, sua história. Então assim num passeio pela livraria me deparo com "Prólogo, Ato e epílogo", onde caiu nas minhas mãos feito uma luva.
Escrito pela própria Fernanda Montenegro e com a colaboração de Marta Góes, "Prólogo, Ato e epílogo" é um copilado sobre os principais acontecimentos da vida da atriz, que sob os alicerces de sua própria escrita nos narra a chegada ao Brasil de seus descendentes, sua formação familiar, seus primórdios trabalhando na rádio, até sua iniciação como atriz, onde conheceu o marido, formou família e foi reconhecida com diversos prêmios e homenagens (incluindo o Oscar em 1997 pelo filme "Central do Brasil). Porém acompanhamos não somente a sua história, como também a história do próprio Brasil onde ela se pertenceu, onde hoje viemos parar. Sempre crítica, direta e centralizada em suas ideias, Fernanda Montenegro nos relata um Brasil que evoluiu com o passar da sua carreira, as dificuldades, aventuras, incentivos, ganhos e perdas que o mundo ao seu redor lhe proporcionou. Ler sobre sua vida é também ganhar como bônus conhecer um pouco sobre a história do Brasil como um todo. Com isso, Fernanda Montenegro ganhou um grande admirador (eu), que não imaginava me deparar com um mulher de história forte, que foi além de seu tempo, de sua condição como mulher, que enfrentou a dificuldade da família, que tinha um marido que o auxiliava na construção de sua carreira (de suas carreiras) e que tornou-se o que é devido a toda essa bagagem. Hoje com 90 anos, Fernanda Montenegro celebra a publicação de seu livro de memórias com esplendor. O livro trata-se não somente da fotografia sobre sua vida ou sobre o Brasil, como também a celebração da vida de ator/atriz, uma profissão tão bela e cósmica, mas que hoje reflete o desgaste de nossa cultura já tão defasada, sem incentivos e com a queda da interação entre o público e o teatro. Fernanda se mostra não somente como humana, mas também como levantante de uma bandeira em prol de sua cultura, de seu povo, de seu governo e é exatamente que me abre os olhos para a admirar com tanto esmero. E fico eu, querendo na vida ser uma Fernanda Montenegro, chegando aos meus 90 anos, com sanidade, lucidade intelectual e uma mente brilhante como pessoa. Por Rodolfo Vilar NAVEGUE POR CATEGORIAS!Para facilitar sua procura, busque abaixo na lista o nome do autor que você procura. AUTORES
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April 2021
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