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A Narrativa de A. Gordon Pyn | Edgar A. Poe10/24/2017 Isso aqui não será uma resenha, afinal de contas, está longe para que eu consiga fazer algo digno que possa se chamar resenha. O texto será mais um parecer, transparente, intuitivo e cheio de apreço pelo pequeno livro do Edgar Alan Poe. Sim, esse foi o meu primeiro contato com o Poe. Não sei se comecei pelo lugar certo, já que muitos dos seus apreciadores o admiram pela fabulosidade com que ele constrói a atmosfera de seus contos. Mas por se tratar de criação de atmosferas, aqui ele não deixa por onde. Não sei e nem posso compará-lo com outros dos seus escritos, mas nesse livro, o único romance criado em vida por ele, Poe consegue ser realista naquilo que cria, fugindo, mas não tanto, dos horrores clássicos que o consagraram em outro momento. Em "A Narrativa de A. Gordon Pyn", somos introduzidos num ambiente do tempo de 1850, onde esse próprio A. Gordon Pyn, incorporado pelo Poe, nos conta as suas aventuras pelos mares austrais. A história é envolvente ao ponto em que você deixa de lado todos os detalhes marítimos de navegação (aqui está mais um Moby Dick), onde o enredo chega ao limite de nos enojar, fazer desistir de continuar, de tão grotescamente bem que ele é escrito. Gordon Pyn é um jovem que tenta fugir das escolhes que o seu pai o impõe, sendo que para isso, ele junto com seu amigo tentam escapar de tais compromissos estrando como gaiatos num navio que está prestes a partir para a Áustria. Porém a cada momento que estamos a contemplar uma nova cena, vemos que nosso personagem apenas entra em mais confusão e em mais mistérios totalmente difíceis de serem crédulos. Aqui posso comparar o Poe ao estilo de Dostoiévski, já que, assim como ele, somos inseridos dentro da cabeça do personagem principal, o que torna a história uma narrativa confusa e não confiável, já que apenas estamos tendo a visão do personagem principal. Toda a história é uma névoa em saber se é verdade o que acontece ou se simplesmente estamos dentro da loucura do próprio personagem. Não sei se foi uma boa escolha de leitura para o mês do Halloween, mas foi preciso como pontapé para que eu fosse inserido dentro da narrativa tão fabulosa do Poe. É um livro esplendoroso de escrito e que merece uma leitura mais detalhada, principalmente para aqueles que adoram um enredo infestado de estado de confusão mental. Por Rodolfo Vilar
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April 2021
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