BIBLIOTECA
Quem me acompanha aqui no blog sabe da minha "luta" (entre aspas para evitar o drama) na leitura do primeiro volume da Trilogia Sprawl escrita pelo Willian Gibson chamada Neuromancer. Para aqueles que não acompanham esse choro, podem ler minha resenha sobre o primeiro volume clicando aqui e se aventurar a conhecer esse universo controverso criado por esse autor louco e cheio de dorgas. Mas enfim, foi complicado ler aquele livro. Tão complicado que eu ainda quis dar uma segunda chance, através de uma segunda leitura do primeiro volume, para só assim continuar com a leitura dos volumes posteriores. Até aí tudo bem. Aceitei que o livro era complicado, que o autor quis provocar essa reação e que a única solução era ler esse bendito livro na luta, de cara limpa e com coragem. Mas agora, nesse segundo volume, eu não posso mentir, QUE COISA MAIS CHATA E AO MESMO TEMPO VICIANTE. Mas do que se trata esse segundo volume? Para que você entenda o resumo a seguir, é preciso pelo menos ter lido o resumo do primeiro volume, então mais uma vez faço aqui o convite para que o leia clicando aqui. Feito isso, vamos lá. Como todo mundo já sabe, a Matrix é um produto do futuro. É uma espécie de alucinação coletiva digital, na qual a humanidade se conecta para, virtualmente, saber de tudo sobre tudo. Mas algo estranho está acontecendo (coisa que não é novidade nas obras do Gibson). O Ciberespaço está se tornando senciente e, agora, por ele se espalham diversas novas vidas artificiais, os fantasmas da rede, os deuses, os vodus (coisa que achei bastante interessante, essa referência ao candomblé africano/baiano). Por causa disso, as grandes corporações do planeta precisam se mobilizar, cada vez mais e a qualquer custo, para proteger suas informações e conseguir outras. Por conta disso, contratam mercenários como Turner (uma mistura de Rambo com com algo cibernético modificado), que se encarregam do trabalho sujo. No momento, a bola da vez é uma nova tecnologia em jogo, chamada biochip, capaz de dar grandes vantagens à empresa que dela se apossar. Só que enquanto isso está acontecendo, essa proteção por essa nova tecnologia, somos também inseridos em dois outros núcleos diferentes dessa história. Num deles conhecemos o Bobby Newmark, um aspirante a cowboy, que acaba entrando de gaiato nessa história de roubo e proteção. E ele estaria morto, se não fosse a intervenção salvadora de uma misteriosa garota feita de luz. Por causa disso, Bobby, conhecido também como Count Zero, se torna uma pessoa valiosa e enfim essa história toda começa. Noutro conhecemos Marly, uma moça que trabalha para um magnata que apenas procura uns certos cubos mágicos (os biochips) que parecem conseguir fazer milagres. Assim como no primeiro livro, ficamos submersos dentro dessa história que parece não ter sentido, mas que aos poucos vai se estreitando e tomando forma, como se seus personagens estivessem conectados aos fatos que acontecem compulsivamente. O que diferencia de Neuromancer, é que essa história se passa sete anos após aqueles fatos terem acontecido. Então aqui não veremos Case, Molly, Fatline e os demais. Apenas um sujeito que já nos é conhecidíssimos (mistério). William Gibson consegue mais uma vez nos chatear com uma história que parece não ir para a frente, que só dá voltas e voltas, mas que ao final nos prende de uma maneira sem explicações. O que digo é: LEIAM. Até o próximo volume. Por Rodolfo Vilar
2 Comments
Olá para cada um! Já faz um tempão que não escrevia nenhuma resenha sobre as minhas leituras, então por isso mesmo resolvi fazer esse pequeno post sobre Neuromancer do escritor William Gibson. Leitura essa que foi bastante difícil e um tanto travada em alguns pontos. Mas, para explicar o porquê disso, é necessário fazer uma breve descrição do que se trata Neuromancer, e logo em seguida conversaremos sobre minhas impressões de leitura. Neuromancer vai contar a história de Case, que é um cawboy virtual - um hacker da matrix que trabalha para conseguir roubar projetos e dados que estão no ciberespaço - vindo de BAMA, a megalópole que cobre a costa leste dos EUA, afetada pela terceira Guerra Mundial. Case tentou enganar o seu patrão e, como punição, seu sistema nervoso foi contaminado por uma toxina que impede sua entrada no ciberespaço. Por esse consequência ele agora vive vagueando pelos subúrbios de Tóquio cometendo pequenos crimes para conseguir grana e sobreviver (principalmente conseguir alimentar seu vício pelas drogas). No ameaçador submundo das operações obscuras de transferência de dados e da genética ilegal, Case está a ponto de ser destruído pelas dívidas e pelas drogas; é quando conhece uma bela mulher, uma samurai das ruas com implantes oculares e lâminas sob as unhas. Molly o leva a um misterioso ex-oficial das Forças Especiais (Armitage) que oferece a cura de Case em troca da participação em uma missão, sobre a qual se recusa a revelar detalhes. É então após conhecer Case e seu estado deplorável em decorrência de sua desobediência, que o seguimos na aventura em aceitar a proposta de Armitage e conhecemos o mundo cibernético da Matrix e tudo que Case deverá fazer para conseguir sobreviver ao caos em que se meterá. Mas é aí então que as coisas começam a ficar confusas. A narrativa do William Gibson - algo inovador para aquele período literário - é cheia de descrições e passagens minimamente detalhadas, o que faz nós leitores, entrarmos de fato na estória. Gibson escreve como se tirasse uma foto da situação que está imaginando, o que para o leitor se transforma numa leitura mais técnica e fragmentada, cheia de detalhes. Acompanhamos Case e suas aventuras, alternando entre mundo real e a matrix, o que muitas vezes me confundiu em alguns momentos (Ok, agora ele está num bar. Não, agora ele está acessando a matrix. Não, agora ele está dentro da mente de Molly). Houve também certos momentos em que me confundi para tentar entender o porquê, o motivo para que Case estivesse fazendo algum trabalho que foi designado a fazer. É como se ele simplesmente fosse obrigado a participar das descrições do autor num descrição acelerada de fatos. Então simplesmente não existe explicação para algumas coisas, ele simplesmente está fazendo a ação. Visitando alguns fóruns e vendo algumas resenhas, encontrei comentários que dizem que isso é proposital, que o autor realmente quis colocar o seu protagonista nesse labirinto de ações sem explicação, exatamente para que quando nós lêssemos nos sentissimos exatamente como o protagonista: Confuso, sem saída e sem fôlego. Porém houve momentos em que precisei voltar atrás na leitura para entender alguns acontecimentos, inclusive entender alguns termos técnicos e científicos (mesmo o livro trazendo um glossário que já ajuda bastante). Apesar de ser um livro confuso, emaranhado de reviravoltas e cheio de tons de cinza, Neuromancer é um prato cheio para os fãs de ficção cientifica. É uma estória que vai te prender até o último momento e vai sim te fazer filosofar sobre alguns conceitos atuais (como por exemplo, a consequência que a internet pode provocar sobre o poder). Neuromancer é o primeiro - e ainda hoje o mais famoso - livro de William Gibson. É considerado não só o romance que deu origem ao gênero cyberpunk, mas também o seu melhor representante. Finalizando, resolvi que essa minha primeira leitura de Neuromancer foi o momento de entrar de cara nesse tipo de ficção. Recebi o choque inicial (o que foi bacana) e só depois lerei ele novamente para conseguir seguir em frente com a leitura de seus sucessores, Count Zero e Mona Lisa Overdrive. Por Rodolfo Vilar
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April 2021
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