BIBLIOTECA
Como sempre digo, o melhor da leitura é quando você se proporciona conhecer outros mundos, outras aventuras, outras pessoas, totalmente diferente do que você estava acostumado a conhecer ou a ler. Quando o chamado acontece, eu adoro embarcar nos livros de aventuras, e o trem da vez foi livro do Robert Louis Stevenson chamado "A ilha do Tesouro". Escrito em 1883, A ilha do tesouro é um livro que se torna um pouco ofuscado em decorrência das outras obras de seu criador como "O médico e o monstro", ou até mesmo obras do mesmo estilo como as de Júlio Verne. Porém não exitem, A ilha do Tesouro é um livro cheio de tudo que um livro de aventuras possa proporcionar: Viagens, ação, piratas, mar e uma busca por um tesouro perdido. A história, que nos é contada pelo próprio personagem, nos fala sobre o início das aventuras de Jim Hawkins, uma criança dos seus 12 anos, que mora com seus pais e são proprietários da hospedaria Almirante Benbow. Durante um dia um sujeito muito do mal encarado, trajando roupas estranhas, perna de pau e tapa olho, além de seu papagaio de estimação, faz amizade com essa criança e o confia o segredo de está a procura de seu tesouro numa ilha muito distante dali. O que Jim não esparava era que esse mesmo sujeito fosse ser morto dias depois e que ele passaria a ter em mãos a posse desse mapa que o pode levar ao grande tesouro de sua vida. Com a ajuda do médico da família e do Conde da cidade (que proporciona as comodidades da viagem), ambos embarcam no melhor barco e partem em busca da grande ilha e seu precioso segredo. Porém, como toda boa história de aventura deve ter, grandes reviravoltas acontecem, pois nesse mesmo barco estão alguns dos piratas mais perigosos e dos quais montam um motim para tomarem posse do mapa e ficarem com toda a riqueza. Daí então dá-se inicio a uma grande odisseia no qual o pequeno Jim aprenderá sobre amizade, lealdade, vida e morte e o significado de se aventurar. O texto possuí lindas descrições sobre a vida no mar, sobre o cotidiano dos marinheiros e sobre as diversas características sobre a vida marinha. Por ser narrado em primeira pessoa, a história torna-se não tão confiável, assim como as maiorias das histórias narradas pelo seu narrador principal. Para quem busca uma grande aventura, A ilha do tesouro proporciona isso, conhecer novos mares, ficar apreensivo com a vida do pequeno Jim e entender o sentido do companheirismo. É um livro sobre cobiça e amizade. PERDIDO EM MARTE | ANDY WEIR1/26/2020 É normal sentirmos uma leve ressaca literária quando saímos de uma leitura difícil. Normalmente isso acontece comigo quando acabo de ler um livro extremamente denso ou apenas um livro no qual fui obrigado a ler por motivos de a)acabar a leitura ou b)paguei e tenho que ler. Ultimamente ando exterminando da minha cabeça essa ideia pela obrigatoriedade da leitura forçada. A vida é curta demais para lermos livros desinteressantes e a fila de livros bons é enorme. Porém nesse meio tempo aprendi que existe um grande remédio para esse mal da ressaca e consta apenas da leitura de livros muito engraçados. É tiro e queda.
"Perdido em Marte" de Andy Weir é um bom exemplo disso. Adquiri o exemplar nessas liquidações de R$10 e nunca que dei uma chance para o livro. Ele tinha cara de ser complicado, cheio de expressões científicas, já por se tratar de uma viagem ao espaço e tudo mais, além de que sua capa nada mais era que a capa do filme no qual foi adaptado (sim, livros com capas de filmes me dão preconceito). Porém, tudo foi por água abaixo. 'Perdido em marte" é sim um livro sobre ciência, com jargões técnicos e muita tecnologia, PORÉM, e aqui vai um grande porém, o seu personagem é simplesmente FABULOSO. A história, que conta sobre uma viagem a marte, narra como o astronauta Mark Watney terá que sobreviver por mais de um ano (sim, um ano!) na superfície marciana, já que sua missão falhou e seus companheiros de tripulação tiveram que o abandonar para suas próprias sobrevivências. Durante muitos dias, através de um relato de bordo, conhecemos o novo cotidiano pela sobrevivência e a esperança que Watney tem de voltar para casa. Porém o melhor de tudo, além de acompanhar toda a inteligência do personagem, é ler a forma sagaz e com humor no qual Watney usa para contar a sua história. Não posso contar mais que isso, mas indico a leitura. Ficamos presos a cada página na tentativa de saber se Watney consegue ou não se livrar dessa. Era disso que estava sentindo falta, um livro carregado de ironia que pudesse me salvar da minha mesmice. Um livro que pudesse me fazer rir e me desafogar da ressaca. Universo, por favor, conspire em trazer mais livros desse tipo. Agora estou pronto para encarar um "Ateneu" do Pompeia. Lá vou eu e até a próxima. Por Rodolfo Vilar 1984 | George Orwell1/2/2020 Abro hoje o meu twitter e sou bombardeado por uma mídia promovida informando sobre os "novos materiais didáticos fornecidos pelo Governo Federal para que a família brasileira possa, com mais cuidado e atenção, educar o seu filho" ou seja, um conteúdo totalmente "reeditado" para que os pais possam afastar os filhos na educação de coisas dos quais as crianças não possam ser inseridas. Imaginei estar lendo uma obra ficcional, ou mesmo que eu estivesse em pleno ano de 1960 ou 1970, e não acreditasse em tais anúncios. Essa comparação me chocou durante a leitura de 1984 de George Orwell, não sendo à toa um romance relançado pela Companhia das letras no final de 2019 (fazendo alusão entre título e ano de relançamento = 201984). Primeiramente lançado nos anos de 1949, o que já era uma data utópica para os leitores da época, o romance nunca casou tão bem com a nossa realidade atual, sendo talvez o romance mais profético já publicado no conceito de distopia, já que conta com temas bastante atuais, comentados e discutidos.
O romance, que se passa na utópica época de 1984 (ou o ano em que o personagem acha que está inserido) nos conta a história de Winston Smith, um homem comum fleumático que vive seus dias a trabalhar num departamento de falsificação de notícias e fatos históricos. Com o desenrolar da história vamos enxergando o novo mundo dominado por um regime totalitário, sempre em guerra com as demais nações (não as mesmas do "antigo" mundo") e de controle de informação e pensamento. Toda a população agora vive sob um regime de crueldade, somente uma classe mais alta, nesse caso aqui o próprio partido, é que vive um estilo de vida um pouco mais livre e menos dominante, mesmo que sob uma forma de letargia causado pelo medo e pela lavagem cerebral, e a outra parte, chamados de proletas, são a classe mais prejudicada, mais escravizada, vivendo de pouca quantidade de comida, péssimas condições de moradia e de exploração de trabalho. Acima disso tudo está a figura do "Grande irmão", a figura representada pelo governo e que causa o domínio da vida presente, já que no mundo atual o governo vê e sabe de tudo. É essa figura do Grande Irmão que explora o poder sobre os indivíduos, já que ele enxerga, vê e até sabe seus pensamentos, até mesmo os criminosos, aqueles que estão indo contra o poder infligido pelo Estado atual. É somente o poder pelo poder. Com o decorrer da história vemos que o personagem Winston possuí um pensamento diferente do resto dos seus camaradas, o que o levará a uma grande experiência de represália e a conhecer o amor da sua vida (ou não). A alusão que podemos fazer com a nossa atualidade é a representatividade da figura do Governo nessa romance com as grandes notícias que acompanhamos atualmente. Segundo o livro, a sociedade está sob o controle da elite privilegiada do partido interno, um partido e governo que persegue o individualismo e a liberdade de expressão, o que eles chamam de "crime de pensamento". Ou seja, tudo que eu pensar, fazer ou acreditar que não for igual que os princípios do partido é contrário as leis empregadas, fazendo de mim um criminoso e tendo que passar por um processo de lavagem cerebral, tortura e até mesmo darem "um fim" a minha existência. Muito assustador para se comparar com nossas realidades. Nessa realidade alternativa o governo também controla a língua (tendo o idioma sendo extinto), os desejos dos indivíduos, assim como seus pensamentos e até mesmo o que cada um consome ou produz. Aqui o vilão é o partido, que faz cada pessoa acreditar naquilo que ele queira que você acredite, mesmo que para isso ele viole a sua realidade, a sua vida e seus princípios. Não é isso que vemos nas conspirações das notícias atuais? Ler 1984 foi assustador e ao mesmo tempo um tapa na cara. George Orwell tem essa capacidade de, com uma leitura simples, fluída e contagiante, nos assustar ao ponto de nos questionar sobre nossa realidade, seja ela em 1949, 1984 ou 2020. Livro recomendado! NAVEGUE POR CATEGORIAS!Para facilitar sua procura, busque abaixo na lista o nome do autor que você procura. AUTORES
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April 2021
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