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Ainda bem que eu li esse livro num período pré pandemia. Não pelo motivo da literatura, até porque é ela nesse momento que está sendo o meu (e acho que de muitos amantes da literatura) alicerce para sustentar-me nessa crise. Porém nesse período ando procurando ler coisas que fujam do peso da mentalidade social e crítica, também não querendo entrar no senso comum, mas ler "Um homem bom é difícil de encontrar e outras histórias" da Flannery O'Connor é um pouco desesperançoso para as trevas que vivemos no presente.
Em todas as nove histórias contidas no livro de O'connor não há uma crença na humanidade. Ponto. Todas elas são carregadas de uma sombriedade que ultrapassa a razão social, fazendo com que em meio a leitura dos contos a gente exclame "Mas que porra é essa?". São nove contos que retratam histórias do dia a dia do gótico sulista americano dos anos 60 (?) e com improváveis acontecimentos que chocam o leitor no fim de cada narrativa. É como ler um roteiro do Tarantino de tanta incredulidade, mas que ao mesmo tempo é tão real e com sentido que nos choca, é isso, o que nos choca é a intensidade do sentido da leitura no todo. Perpassados por temas como violência, machismo, fanatismo religioso, racismo e um sentido anti-feminista, os contos de O'connor surpreende aos leitores com a prerrogativa de: a autora fez isso porque vivia nesse cenário ou porque era permeada por uma identidade desse tipo? Enfim, a leitura foi pesada e estruturada em adentrar uma experiência na qual eu não estava esperando. O que aqui quero dizer é que não odiei o livro, mas sim que não foi o momento certo para sua leitura. E que bom que livros também nos desnorteiam e abrem esses espaços para discussão, pois é a partir dessa evolução que se constrói a literatura. Meu conto predileto? O Negro artificial. Por Rodolfo Vilar Guerra dos Mundos | H.G. Wells3/24/2020 Escrito em 1897, primeiramente em capítulos para a revista Pearson's magazine e só depois publicado como livro, "A guerra dos mundos" de H.G. Wells foi um sucesso aclamado pelo público, não somente pela forma dramática como o autor contou sua história, mas também por ser visionário em seu tema, já que seus livros o deram essa fama de louco e ilustre. Para quem já viu o filme de 2005 com Tom Cruise e dirigido por Steven Spilberg, o romance torna-se mais único, já que aqui estamos a tratar de uma invasão marciana que acontece no início do século XX, o que faz você já imaginar o cenário no qual a história está inserida, sendo um plus a mais para quem viu a adaptação. Como já dito o enredo se passa no início do século XX, nos arredores de Londres, e é narrada em primeira pessoa por um personagem no qual não saberemos seu nome. O início do livro é bem como aquela macabra introdução do filme, onde descobrimos que a terra está sendo observada por seres de maior inteligência e que não estamos sozinhos nesse universo. Com o decorrer da narrativa, acompanhamos esse personagem que abandona a sua mulher para saber o que anda acontecendo nos arredores das outras cidades interioranas, já que enfim a terra está sendo atacada por marcianos que chegaram através de máquinas e pedaços de pedra vindos do espaço. Nesse intervalo de desencontros, acompanhamos esse homem a fugir das criaturas que passam a assolar a região com suas máquinas de guerra e seus raios de calor poderosos. A devassidão é garantida pelos monstros e a cada cena acompanhamos esses momentos de apreensão, onde também conhecemos outro ponto de vista através dos olhos do irmão desse personagem. O terror, a descrição e o suspense são iguais ao do filme, porém com o extra de sermos mais inseridos na ambientação do livro. Curioso como o H.G. Wells compara a todo momento no livro a invasão desses seres com os humanos, deixando no espaço das entrelinhas uma série crítica de como os homens também são invasores da própria natureza, acabado com o hábitat de vários animais e plantas, nos fazendo sentir a sensação de que somos intrusos de nosso próprio ambiente sem conscientização. Outro fato curioso é que o romance em 1938 foi ambientado para as rádios novelas, onde a emissora CBS fez um alvoroço com a divulgação da obra, uma vez que muitas pessoas que sintonizavam a emissora no momento achavam de verdade de se tratar de uma invasão marciana. Hilário. É interessante ler um romance com uma ambientação tão bem construída, pois como se pode imaginar, estamos numa Londres do fim do século XIX, o que nos mete no caos de alienígenas atacando carruagens, casas vitorianas de campo e monumentos antigos. A apreensão é mais visual porque o autor nos conta em detalhes cada passo de seus personagens, o que nos faz não somente visualizar a cena, como também sentir aquilo que eles estão a sentir. Diferente do filme de Spilberg, não ganhamos uma violência gratuita, mas sim toda a construção de um suspense mais elaborado. Aqui vai uma indicação de um livro maravilhoso para os fãs de suspense, ficção científica e terror. H.G. Well era um visionário de sua época, o que o faz ter uma gama de imaginação e livros que deixaram a sua marca no tempo. Por Rodolfo Vilar NAVEGUE POR CATEGORIAS!Para facilitar sua procura, busque abaixo na lista o nome do autor que você procura. AUTORES
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April 2021
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