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Graça Infinita (D.F.W.) - #DesafioInfinito - Parte I

3/13/2015

 
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Obs: Post referente as páginas 04 à 94
             


           Olá para você que está lendo este post e assim como eu, está sofrendo um sério risco de ter tendinite aguda de sempre está carregando o 1,5 kg para todos os lados.

            Eba! Já se passaram 90 páginas bem rapidinho ein? Quer dizer, na verdade foram mais de 90 páginas se formos contar as longuíssimas notas de rodapé que chegam a quase três ou quatro páginas. Então posso dizer que até o momento o livro está sendo uma aventura que nunca tinha me proporcionado experimentar. E além de exercitar os músculos em desloca-lo, está também exercitando a mente.

            Quando gosto de um livro procuro saber mais sobre ele antes de comprar, daí procuro vídeos na internet com resenhas ou posts em blogs que me digam um favorecer bom para alimentar o meu desejo de compra. Acontece que esse livro é muito pouco comentado nos círculos literários e entendo muito bem o fator que leva a isso. O primeiro deles é por se tratar de um livro denso e com leitura lenta, o que provoca o sentimento de vácuo e enjoo no leitor (Enjoo no sentido de não permanecer tanto tempo com um mesmo livro). O segundo é sua temática (apenas digo isso). Como já dito anteriormente, conheci o livro através da Tati Feltrin (lá do canal no youtube) e com isso já foi o suficiente para me fazer lê-lo. Ocorreu-me que bateu uma vontade danada de fazer vídeo relatando a minha experiência de leitura, afinal de contas existem poucos vídeos no youtube à cerca do livro e fazendo isso estaria ajudando alguns a descobrirem o livro, coisa que aconteceu comigo. Mas confesso que não sou um adepto de câmeras de vídeo e muito menos de falar em público (ou para o público), além de querer manter intacta a cultura da “Resenha escrita” que muitos blogs literários vêm perdendo nos tempos atuais. Então sendo assim – caso a vontade de gravar vídeo se torne extrema – continuarei publicando as resenhas no meu bom, amigável e velho método escrito. – Mas a vontade surgiu e para você assistir ao vídeo você pode ir até o canal no  link abaixo. (Lembre-se de se inscrever)

           Foi nessas procuras também que conheci um site super bacana chamado “Posfácio”, lá eles além de comentarem sobre livros e sobre o mundo literário, também promoveu no inicio de dezembro – o projeto está chegando ao fim esse mês – o desafio Verão Infinito, que nada mais era que uma leitura comunitária – como proposta motivacional – de Graça Infinita. Então algumas vezes estarei citando trechos publicados no site deles sobre o livro (quando isso ocorrer usarei o código PSF, para designar que é uma citação) para melhor explicação sobre alguns fatos.

            Bom, mas agora vamos deixar de lero lero e falar sobre o livro não é mesmo? 

        Sobre o livro: Como muitos disseram, o livro é porrada! E é mesmo. Para os que não acompanharam a introdução sobre o meu projeto de leitura, pode clicar aqui e descobrir a sinopse do livro e outras informações sobre o projeto, além do método de leitura/resenha. O que irei falar não diz respeito a conspirações, teorias ou significado literário que giram em torno do livro. Eu, Rodolfo, apenas lerei o livro e direi os meus pareceres sobre como foi ter lido a obra e um pouco sobre a forma como ele é construído, além de seus personagens.

      Os Anos: Primeiro que temos a falar é a maneira como os anos no enredo de Graça Infinita são categorizados. Diferente do convencional, em que temos o ano de 2010, 2011, 2000, na ONAM os anos foram vendidos a grandes corporações, onde essas introduziram os seus produtos como ano regente de cada período. Sendo assim temos O ano Feliz, O ano da Frauda geriátrica Depend, Ano do Emplastro medicinal Tucks, Ano dos laticínios do coração da América, Ano do chocolate Dove Tamanho-boquinha e etc. Ou seja, fica um pouco estranho conseguir logo de cara saber identificar a cronologia da história, uma vez que ela não segue um padrão enquanto o enredo se desenvolve. Isso só é possível quando o próprio narrador nos diz a idade do personagem Hall, onde, por exemplo, em Ano Feliz ele está perto dos 18 anos, no AFGD com 17, no AEMT perto de 10 ou 11 e assim etc. Então a dica é pegar uma canetinha e papel e ficar ligado em anotar algumas observações.

           As notas de rodapé: Outra coisa bem curiosa são as notas de rodapé existentes no livro. Se você tem preguiça em ler notas de rodapé em livros, isso não pode acontecer em Graça Infinita. Primeiro porque elas são importantíssimas para se entender o enredo da história. Dentro das notas de rodapé  – essas que também possuem notas de rodapé. haha! – existem diversas explicações e fatos importantes que darão complemento ao enredo. Pular notas ou não lê-las é comprometer o entendimento de algo que possa acontecer ou um fator importante de explicação de algum fato ali existente. Então atento as notas, porque elas são muitas (Um longo apêndice no final do livro).

          Narrativa e temática: Como também já falei no post anterior, todo o Graça Infinita é bastante complexo de se entender, tanto pela sua cronologia, essa que não existe logo de cara, como também pela desconstrução de narrativas e focos de núcleo. O livro nada mais é que um grande livro de crônicas reunidas para falar (nessa primeira parte lida até agora) sobre vícios – porque todo personagem tem o seu – a reabilitação causada pelo consumo das drogas – onde levam personagens a quererem se matarem – e o principal, que é a história por trás da família Incandeza, que como visto na sinopse do livro, passará por um problema em salvar-se de uma revolução causada por um filme super hilário que o patriarca da família criou e estaria sendo utilizada como arma. Além disso, a narrativa do livro é bem peculiar, uma vez que mistura o foco em primeira pessoa e muitas das vezes mudando para a visão de um terceiro. Ou seja, mais atenção ainda nesse aspecto.

          Outra coisa importante, somado ao fato de ser preciso ler as notas de rodapé, é a filmografia feita por esse mesmo patriarca dos Incandenza, o James O. Incandenza. Durante uma nota de rodapé é possível saber que após ele sair do ramo do tênis, ele aliou-se ao cinema, produzindo diversos filmes, dos mais variados temas, tamanhos, campanhas e que um deles é o próprio Graça Infinita, filme esse que não foi conseguido ser finalizado e transmitido por motivo não revelados até agora.  

         A família Incandenza: Essa é umas das famílias mais peculiares que eu já li na vida, de tão hilária e diferente que é. Os Incandenza são uma família composta por três filhos: Hall (que aparece bastante na história, sendo um menino bastante intelectual e que passa a ter acessos de rebeldia quando cresce), Orin (filho mais velho, que tem pavor de baratas e passa as noites com as mães) e Mario (um menino especial que possui muito valor humano em todas as suas passagens pelo livro), ambos moram na Academia de Tênis de Enfild junto com a mãe Avril (chamada de Mães) e o pai, o próprio James O. Incandenza (chamado de Sipróprio). 


        Outros personagens (Fonte PSF): Erdedy, o viciado que espera. Tommy Doocey, o traficante de lábio leporino, que guarda cobras em um aquário. Don Gately, o viciado que invade casas para roubá-las e comete dois crimes igualmente sujos: prender um velho resfriado em uma cadeira e amordaçar-lhe a boca, culminando numa morte sufocante de catarro.  Dr. Charles Tavis, irmão adotivo da matriarca dos Incandenza e diretor da academia de tênis no AFGD. Avril M. Tavis Incandenza, é a mãe de Orin, Mario e Hal. Ela assumiu as responsabilidades da academia de tênis depois da morte de James O. Incandenza. Jim Troelsch, membro da academia de tênis. Michael Pemulis, membro da academia de tênis e um ser um pouco perturbado. Gerhardt Schtitt, técnico e diretor esportivo da academia de tênis. Um alemão com tendências fascistas, muito admirado por James O. Incandenza e também por Mario, com quem tem uma relação mais próximas que de outros membros e alunos da academia. Míni Ewell, um alcoólatra. Encontramos ele durante suas desintoxicação e ficamos sabendo um pouco sobre a sua história. Remy Marathe, é membro do AFR – os assassinos cadeirantes – cuja explicação é mostrada numa nota de rodapé.  M. Hugh Steeply, contato de Marathe. Praticamente um agente duplo.

       Foram até agora apenas noventa páginas, mas o suficiente para produzir quase uma dissertação sobre o livro. E que venham as próximas.



     Se você está lendo este post, aceite ele como uma motivação para também ler o livro e entrar de cabeça nesse mundo louco do David Foster Wallace. Acompanhe os próximos posts aqui no blog e também no canal do youtube inscrevendo-se no canal (desculpa o sotaque nordestino e o nervosismo, rs). 


    Até a próxima! 


Por Rodolfo Vilar

 

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