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"Homem comum", ou Everyman em seu título original (apesar de gostar mais de Homem comum, já que denota uma analogia mais ampla sobre o livro) é um romance publicado pelo grande e afamado escritor americano Philip Roth em 2006, onde irá abordar temas bastantes incomuns e não tão populares de serem discutidos como: a velhice, os desejos, arrependimentos, doenças e claro, a morte. Em torno de 120 páginas, o romance irá nos contar a trajetória de vida de um sujeito do qual não ficaremos sabendo seu nome, o que irá denotar um sentido de universalidade, já que o livro irá tratar de assuntos que já passaram pela cabeça de todo ser humano, o que nos aproxima muito mais dos dramas acontecidos. Com isso, durante sua trajetória, iremos conhecer boa parte da infância, da fase adulta e da velhice desse sujeito, incluindo a sua morte, onde alguns aspectos dessa trajetória nos faz ter consciência de grandes reflexões que nos são apresentadas nessas páginas. A verdade é que o livro tem uma estruturação bastante incomum, já que logo em seu início começamos as primeiras cenas já no enterro desse sujeito, e só então é que num espaço de tempo regressivo é que iremos adentrar num flashback sobre sua vida. O narrador é um sujeito bastante consciente de seu personagem, já que irá nos apresentar diversas imersões nos pensamentos do personagem apresentado, incluindo as suas dores. Tal personagem é bastante complexo em sua criação, já que acompanharemos um sujeito com grandes defeitos incomuns: uma pessoa que acha que tem a vida ganha, mas que na verdade sofre suas própria dores, como sempre viver doente, ter que lidar com escolhas bastante difíceis, ser infiel e sentir a culpa desses atos, além é claro, do grande medo da morte que ele tem. Um dos grandes pontos do livro é realmente a discussão sobre o sentido da vida, já que o personagem possuí dois pontos de vista, o de sua adolescência, onde ele irá contemplar a vida como uma aventura enorme a ser percorrida (o que irá o assustar), assim também como o seu ponto de vista já velho, onde ele enxerga a vida como um longo trecho já percorrido e só esperando o dia de sua morte, o que também o deixa surpreso pelo quanto a vida lhe foi imensa. O grande marco é sim a descoberta que todos somos destinado a esse fim, a essa morte sem escolha de rumo a não ser a própria aceitação. Em resumo, "O homem comum" de Philip Roth é simplesmente um vislumbre sobre a vida humana em seu processo de amadurecimento tendo a morte como panorama para seu fim. Philip Roth consegue criar um personagem que tanto se espelha na maioria das outras pessoas, um sujeito que preocupa-se com a sua própria vida que aos poucos vai caindo em decadência, tendo como medo a própria morte a lhe soar aos ouvidos. Vemos um sujeito caindo em uma decadência promovida pelos seus próprios atos ou simplesmente pelo destino que o escolheu para tal. A morte está empregada em cada página de sua narrativa, e ela está retratada em nossa vida como um fantasma que parece querer surgir em cada esquina. Ao mesmo tempo, vemos um sujeito que consegue entender a sua vida e os seus processos, fazendo dessa obra um retrato fidedigno do humano do século XXI que tanto filosofa sobre a sua mortalidade. Por Rodolfo Vilar
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April 2021
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